Zelensky diz estar disposto a deixar o cargo em troca de fim da guerra e de entrada da Ucrânia na Otan

 Resumo da situação política da Ucrânia e declarações de Zelensky sobre a guerra e sua presidência

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, afirmou, no domingo (23), que estaria disposto a deixar o governo em troca de um fim da guerra em seu país. Ele também condicionou sua saída à entrada da Ucrânia na OTAN, uma aliança militar ocidental em oposição à Rússia. Zelensky, que assumiu a presidência da Ucrânia em 2019, declarou que não planeja permanecer no poder por décadas e, caso seja necessário para alcançar a paz, está pronto para deixar o cargo imediatamente.

A primeira menção de Zelensky sobre sair do cargo desde o início da guerra ocorre em um momento delicado para a Ucrânia, com a guerra completando três anos nesta segunda-feira (24). Zelensky também respondeu ao pedido recente do presidente dos EUA, Donald Trump, que sugeriu a realização de novas eleições na Ucrânia, mencionando uma crise de popularidade do presidente ucraniano, embora sem apresentar números específicos.

Troca pela OTAN e a proposta de Trump
Zelensky deixou claro que estaria disposto a trocar sua presidência pela adesão da Ucrânia à OTAN, caso fosse possível. Isso ocorre em meio ao contexto geopolítico complexo, com a Rússia exigindo que a Ucrânia ceda os territórios ocupados pelas tropas russas como condição para o fim da guerra, algo que Zelensky recusa. Zelensky também expressou consideração pela proposta de Trump, que sugere um acordo que permitiria aos EUA explorar recursos minerais na Ucrânia, mas com a condição de que tropas norte-americanas participem ativamente da guerra ao lado dos ucranianos. Vale destacar que, apesar do apoio militar e financeiro, os EUA e países europeus evitam enviar tropas diretamente para a Ucrânia, algo que o presidente russo, Vladimir Putin, vê como uma declaração de guerra.

Desafios nas negociações de paz
Zelensky, em entrevista coletiva, também falou sobre a relação com Trump, dizendo que gostaria de ver o ex-presidente dos EUA como um parceiro da Ucrânia, e não apenas um mediador entre Kiev e Moscou. A aproximação de Trump com Moscou nas últimas semanas gerou desconforto em Kiev, especialmente depois que o governo dos EUA iniciou conversas com membros do governo russo, o que excluiu a Ucrânia e a Europa das negociações. Isso levou a uma reunião de líderes europeus, que discutiram uma resposta a essa situação.

O conflito continua sem perspectiva de fim
A guerra na Ucrânia, que teve início com a invasão russa da região leste do país, já atravessou várias fases, como ameaças à tomada de Kiev, paralisação temporária, e contra-ataques ucranianos, incluindo a invasão de regiões russas próximas à fronteira. Contudo, o conflito segue estagnado, com as tropas russas ocupando cerca de 20% do território ucraniano, sem conseguir avançar, mas também sem serem expulsas pelas contra-ofensivas ucranianas.

Recentemente, a chegada de caças europeus e norte-americanos deu um impulso ao esforço de guerra da Ucrânia, com Zelensky apresentando seu "plano da vitória" ao Parlamento, detalhando uma estratégia para expulsar as tropas russas.

Ataques russos intensificados
No final de semana, a Rússia realizou seu maior ataque com drones desde o início da guerra, lançando mais de 260 drones de guerra contra a Ucrânia, atingindo a região de Dnipropetrovsk. Esse ataque reflete a intensificação das hostilidades e a deterioração da situação militar no país.

Em resumo, o presidente Zelensky reafirmou sua disposição para deixar o cargo, se isso significar alcançar a paz, e para negociar uma possível adesão à OTAN, enquanto a Ucrânia continua a lutar para reverter a ocupação russa em seu território. A situação geopolítica e militar continua tensa, com a participação dos EUA e a postura de Moscou sendo pontos cruciais nas negociações para o fim do conflito.

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