Google desativa sistema de alerta para terremoto no Brasil depois de notificação falsa

 Google desativa sistema de alerta de terremotos no Brasil após falso alarme

Na madrugada de sexta-feira, 14 de fevereiro de 2025, um alerta falso de terremoto foi enviado pelo sistema operacional Android para usuários de celulares em diversos estados do Brasil, incluindo Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo. O erro envolveu um alerta sobre um terremoto no mar, na região de Ubatuba, no litoral paulista, que nunca ocorreu. Como resposta imediata, o Google desativou o sistema de alerta e pediu desculpas aos usuários, enquanto investiga o incidente.

Este alerta foi gerado pelo Sistema de Alertas de Terremotos do Android, que utiliza acelerômetros nos celulares para detectar tremores. Ao identificar uma possível vibração, o dispositivo envia automaticamente informações para o servidor do Google. Com isso, o sistema busca combinar dados de múltiplos aparelhos, utilizando os mais de 2 bilhões de celulares Android no mundo para simular um mini sismógrafo.

O Google destacou que o sistema de alertas não substitui os sistemas oficiais, como os alertas emitidos pela Defesa Civil. O serviço do Google serve como complemento, focando especialmente em tremores detectados pelas vibrações dos celulares.

Como funciona o sistema?

A tecnologia do Google está baseada em sensores presentes nos celulares Android, que detectam a intensidade das vibrações. Quando um tremor é detectado, o sistema analisa sua magnitude e emite dois tipos de alertas:

  • Alerta esteja ciente: Enviado quando a vibração é fraca ou leve, como a sensação de um caminhão passando. Ele respeita as configurações de volume e não interrompe o modo "não perturbe".
  • Alerta de ação: Para tremores mais intensos, este alerta aciona a tela do celular e emite um som alto, mesmo se o telefone estiver em modo "não perturbe". É enviado quando o tremor é moderado ou mais forte.

A detecção de tremores ocorre por meio dos acelerômetros, que são chips capazes de medir a velocidade e as vibrações no aparelho. Esse método, que é bastante comum em locais com maior incidência de terremotos, já havia funcionado corretamente em casos passados, como o tremor registrado em junho de 2023 na Baixada Santista.

Falso alerta no Brasil

O Google esclareceu que o incidente de 14 de fevereiro foi um erro no processo de detecção. Ao detectar sinais de celulares próximos ao litoral de São Paulo, o sistema erroneamente emitiu um alerta para os usuários, indicando que havia ocorrido um terremoto. A empresa não forneceu detalhes sobre o que causou essa falha, mas reforçou que o sistema foi desativado enquanto a investigação está em andamento.

Além disso, o Google frisou que o alerta de terremoto não é de competência do Sistema de Alerta de Emergência Nacional (Siren), que é coordenado pela Defesa Civil e enviado por meio de um sistema da Anatel, com o objetivo de informar os cidadãos sobre eventos climáticos extremos.

Compromisso com a melhoria

Apesar do erro, o Google se comprometeu a melhorar suas ferramentas para evitar falhas no futuro. O sistema de alertas foi introduzido para fornecer um serviço útil em regiões sísmicas, mas, como qualquer tecnologia, apresenta desafios técnicos que exigem monitoramento constante.

Esse incidente levanta questões sobre a precisão de sistemas de alerta automatizados, especialmente em um país como o Brasil, que não é amplamente afetado por terremotos, mas conta com um grande número de usuários de celulares Android. O sistema, que já funcionou com sucesso em diversas ocasiões, agora passa por uma fase de revisão para garantir que o erro não se repita.

O Google garantiu que continuará trabalhando para aprimorar sua tecnologia, com o objetivo de fornecer alertas mais precisos e úteis para os usuários em todo o mundo.

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