A Negociação do Fim da Guerra na Ucrânia: EUA e Rússia Sem a Participação da Ucrânia

 A Negociação do Fim da Guerra na Ucrânia: EUA e Rússia Sem a Participação da Ucrânia

Os Estados Unidos e a Rússia estão formando equipes de alto nível para negociar o fim do conflito na Ucrânia, mas sem a participação direta do país de Volodymyr Zelensky nas tratativas. Este anúncio surgiu após uma reunião entre autoridades americanas e russas na Arábia Saudita, que discutiu a guerra da Ucrânia como um dos principais pontos da agenda.



O secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, e o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, concordaram em designar essas equipes para trabalhar em um acordo que encerre o conflito. Porém, o presidente ucraniano, Zelensky, reagiu criticamente, acusando os envolvidos de estarem negociando "pelas costas" da Ucrânia e da Europa. Ele enfatizou que os países europeus deveriam estar incluídos nas negociações para o fim da guerra e declarou que não aceitará ultimatos, nem propostas de paz originadas dessa conversa entre os EUA e a Rússia.

A Reunião e a Reação de Zelensky

O encontro em Riade marcou a primeira discussão oficial entre os dois países sobre um possível acordo de paz. Este evento aconteceu menos de uma semana após os presidentes Donald Trump (EUA) e Vladimir Putin (Rússia) conversarem por telefone e decidirem iniciar imediatamente as negociações. Zelensky, no entanto, se opôs a qualquer proposta feita sem a inclusão da Ucrânia e da Europa.

Zelensky já havia declarado que não participaria das negociações e que rejeitaria qualquer proposta que fosse feita sem a participação ativa do seu governo.

Estratégia Diplomática dos EUA e da Rússia

A delegação americana, que incluía Marco Rubio, o enviado especial de Trump para o Oriente Médio, Steve Witkoff, e o assessor de segurança nacional Mike Waltz, teve discussões aprofundadas com os representantes russos, incluindo Yuri Ushakov, assessor de política externa da presidência russa. A reunião também buscou restaurar as relações bilaterais entre os EUA e a Rússia, além de preparar um encontro entre Trump e Putin.

Do lado russo, o Kremlin **reforçou a posição contra a adesão da Ucrânia à OTAN, sugerindo que o acordo de paz poderia envolver uma reversão da promessa da aliança militar de aceitar a Ucrânia.

Tensões e Exlusão da Europa

Um ponto crucial da discussão foi a exclusão da Europa do debate sobre o fim da guerra. Donald Trump, com sua política isolacionista, favoreceu um diálogo direto com a Rússia, o que causou estranhamento na Europa. A decisão de manter os europeus fora das conversas contradiz a estratégia diplomática tradicional dos EUA, que sempre procuraram envolver a União Europeia nas questões envolvendo a segurança e a soberania da Ucrânia.

Por sua vez, a Rússia continuou a pressionar para que a Ucrânia não fosse admitida na OTAN, uma das suas maiores preocupações de segurança. A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, pediu que os países da OTAN desconsiderassem qualquer plano de adesão da Ucrânia.

O Impacto da Reunião: Uma Nova Política dos EUA

O telefonema entre Trump e Putin marcou uma mudança significativa na política dos EUA, revertendo anos de isolamento da Rússia após a invasão da Ucrânia em 2022. Isso gerou uma reação de choque na Europa, que agora se vê em uma posição de tentativa de incluir-se nas negociações para garantir que a paz seja estabelecida de maneira que respeite as suas preocupações e interesses.

Cooperação Econômica EUA-Rússia e Futuras Discussões

Além das discussões sobre a guerra, as autoridades americanas e russas também conversaram sobre a possibilidade de cooperação econômica futura, incluindo questões de preços globais no mercado de energia. Esta aproximação pode representar um ressurgimento das relações comerciais entre as duas potências, após anos de tensões geopolíticas.

A negociação da paz na Ucrânia avança com uma dinâmica complexa, envolvendo os EUA e a Rússia, mas sem a presença direta da Ucrânia. O presidente Zelensky e os países europeus estão em desacordo com a exclusão do processo, temendo que os interesses ucranianos e da Europa sejam marginalizados. Enquanto isso, o diálogo entre os EUA e a Rússia aponta para uma nova fase na geopolítica internacional, com impactos significativos para a segurança da Europa e a ordem mundial.

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