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Rebeldes dizem ter tomado o poder na Síria; paradeiro de Assad é desconhecido

 Análise da Situação Política e Geopolítica da Síria: A Fuga de Bashar al-Assad e os Desdobramentos

Neste domingo (8), forças rebeldes anunciaram que o presidente sírio Bashar al-Assad, que estava no poder há 24 anos, deixou a capital Damasco, após uma incursão rebelde no território que ocorreu sem resistência militar. A fuga do líder tem gerado uma série de especulações sobre seu paradeiro e as implicações dessa mudança no cenário político da Síria.

Fuga de Bashar al-Assad e o Envolvimento Aéreo

Segundo a agência Reuters, um avião da Syrian Air decolou do aeroporto de Damasco no momento em que os rebeldes ocuparam a cidade. O avião inicialmente seguiu para a região costeira da Síria, um reduto da seita alauita de Assad, mas fez uma curva brusca e desapareceu dos radares. Há a possibilidade de que o transponder da aeronave tenha sido desligado ou, mais provavelmente, que ela tenha sido derrubada. Não há confirmação oficial sobre quem estava a bordo.

Porém, um voo rastreável, partindo de Homs, foi observado horas depois, em direção aos Emirados Árabes Unidos, após a captura da cidade pelos rebeldes.

Reações e Rumores sobre o Paradeiro de Assad

O primeiro-ministro sírio, Mohammad Ghazi al-Jalali, revelou ter falado com Assad no dia 7 de dezembro, mas não conseguiu mais contato após a conversa. A população de Damasco reagiu de forma intensa, com milhares de pessoas se reunindo nas ruas, gritando palavras de ordem como "Liberdade", celebrando o avanço dos rebeldes. Em um pronunciamento, os rebeldes comemoraram o que chamaram de "queda de Assad" e prometeram libertar as pessoas presas injustamente pelo regime.

O Futuro do Regime de Assad

Apesar da fuga de Assad, o governo sírio parece disposto a continuar em operação. O primeiro-ministro sírio declarou seu apoio à continuidade do regime, enquanto o líder rebelde Ahmed al-Sharaa proibiu seus seguidores de se aproximarem das instituições públicas, que permanecerão sob supervisão do "ex-primeiro-ministro" até uma entrega formal.

A oposição síria, liderada por Hadi al-Bahra, anunciou que se reunirá com países árabes, europeus e com a ONU para definir o próximo passo no processo político da Síria, sugerindo que um novo ciclo político pode estar por vir.

A Reação Internacional

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, expressou preocupação com os eventos, com um porta-voz do Conselho de Segurança Nacional afirmando que os EUA estão monitorando a situação de perto. Já o presidente eleito, Donald Trump, declarou que os EUA não devem se envolver diretamente no conflito sírio, o que indica uma possível neutralidade americana diante da mudança de poder no país.

Quem é Bashar al-Assad?

Bashar al-Assad, 59 anos, é filho do ditador Hafez al-Assad, que governou a Síria por mais de três décadas. O regime dos Assad começou com um golpe de Estado em 1971. Assad foi preparado para assumir o poder após a morte do irmão mais velho Basil, em 1994, e, em 2000, foi proclamado presidente, com 97,29% de aprovação em um referendo. Posteriormente, ele renovou seu mandato em 2007 e foi reeleito em 2014, já no contexto da guerra civil síria, que teve seu início em 2011.

A família Assad governa a Síria há mais de cinco décadas, mantendo um regime baseado em sua minoria religiosa alauita, uma vertente xiita da religião islâmica. Assad é formado em medicina e tem um passado acadêmico no campo da oftalmologia, tendo estudado na Londres.

Implicações Geopolíticas

A fuga de Assad representa um ponto de inflexão significativo na geopolítica da Síria e do Oriente Médio. A instabilidade política e a luta pelo poder podem abrir espaço para uma transição de regime, embora ainda não se saiba qual será o futuro político da Síria. O papel das forças rebeldes e da comunidade internacional será crucial para moldar o cenário político pós-Assad.

A situação também traz à tona o questionamento sobre a mortalidade do regime e como outros atores internacionais, como Rússia e Irã, poderão reagir a essas mudanças, já que ambos têm interesses estratégicos no apoio a Assad. A presença de potências estrangeiras pode complicar ainda mais o processo de transição e de paz no país.

A fuga de Bashar al-Assad e a subsequente ocupação de Damasco pelos rebeldes marcam um possível fim de uma era de dominação autoritária e representam uma mudança geopolítica significativa no Oriente Médio. O futuro da Síria permanece incerto, com a oposição e a comunidade internacional se preparando para definir o próximo passo no processo político, enquanto o regime sírio tenta se manter vivo, mesmo sem o seu líder.

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