As forças rebeldes do grupo jihadista Organização para a Libertação do Levante (HTS), também conhecida pela sigla local, conseguiram avançar na Síria, marcando um novo episódio no já prolongado e devastador conflito civil. Neste sábado, dia 7 de dezembro de 2024, o HTS fechou o cerco à cidade estratégica de Homs e conseguiu adentrar as suas fronteiras, criando um novo ponto de tensão na guerra síria.
De acordo com fontes do Exército sírio e da milícia rebelde que foram ouvidas pela agência Reuters, os dissidentes entraram na cidade pelos lados norte e leste, um movimento tático que demonstra a crescente força do HTS e o impacto de sua ofensiva na região. A cidade de Homs é considerada de extrema importância para o avanço dos rebeldes, pois conecta a capital Damasco à costa mediterrânea, área estratégica que abriga duas bases militares da Rússia, aliada do regime de Bashar al-Assad. Este fator torna a cidade ainda mais valiosa tanto para os rebeldes quanto para as forças leais a Assad.
A presença russa na Síria, especificamente em Homs e nas regiões próximas, é de fundamental importância para a preservação dos interesses de Moscou no Oriente Médio. O apoio à síria e ao regime de Bashar al-Assad não se limita a uma estratégia política e militar, mas também a uma presença econômica e geopolítica na região, com ênfase no controle da energia e no posicionamento estratégico para influenciar o equilíbrio de poder na região.
Em relação à situação diplomática, a Rússia, através do seu Ministro de Relações Exteriores, Sergey Lavrov, reiterou seu compromisso com o regime de Assad e afirmou que o país se oporá de todas as formas ao avanço do HTS. Este apoio demonstra a aliança forte e contínua entre a Rússia e o governo sírio, especialmente diante do crescente desafio imposto pelos rebeldes. O posicionamento de Moscou é claro: proteger os interesses sírios e garantir a estabilidade do regime de Assad na região.
Por outro lado, o ditador sírio Bashar al-Assad, que está no poder há 24 anos, segue contando com o apoio de aliados influentes e poderosos, como a Rússia, o Irã e o grupo extremista Hezbollah. No entanto, apesar desse apoio, o momento político internacional não favorece a Síria de forma plena. O Irã e o Hezbollah, embora ainda aliados de Assad, estão enfraquecidos devido ao envolvimento no conflito com Israel, o que limita sua capacidade de agir de forma eficaz na Síria. Além disso, a Rússia, que tem sido o principal apoio militar e político do regime sírio, está envolvida na guerra com a Ucrânia, que já dura dois anos, enfraquecendo seu poder de influência no Oriente Médio.
A guerra civil na Síria segue como um complexo e prolongado conflito, com múltiplos interesses externos e internos em jogo. A cidade de Homs, agora tomada por forças rebeldes, se apresenta como um novo ponto de inflexão na guerra, com implicações significativas para o futuro da Síria e o equilíbrio de poder na região. O desenrolar dos próximos dias será decisivo não apenas para o regime de Assad, mas também para a estabilidade de toda a região do Oriente Médio, que continua a ser palco de uma luta pelo poder, influências externas e a sobrevivência de facções rivais.