O Canal do Panamá e a Soberania Panamenha: Reflexões sobre o Aniversário de 25 Anos sob Administração Local
O Canal do Panamá celebra nesta terça-feira (31) seus 25 anos sob administração panamenha, uma data significativa não apenas pela transição de controle, mas também pela morte do ex-presidente dos EUA Jimmy Carter, responsável pelos tratados que viabilizaram essa mudança, e pela recente ameaça de Donald Trump de tentar recuperar o controle da via interoceânica.
No entanto, muitos panamenhos, como a faxineira Clotilde Sánchez, alegam que os benefícios do canal não são distribuídos de forma justa, apontando que os principais favorecidos são os políticos e não o povo. A cientista política Sabrina Bacal destaca que, embora esse sentimento de desigualdade seja antigo, a realidade econômica é que o canal continua sendo a principal fonte de riqueza para o país.
O presidente panamenho José Raúl Mulino foi enfático ao afirmar que o canal pertence ao Panamá e que não há razão para discutir essa questão com Trump. Mulino também ressaltou o papel de Jimmy Carter na assinatura dos tratados que permitiram a entrega do canal, permitindo ao Panamá recuperar sua plena soberania sobre o território. Em resposta a alegações infundadas de que a China estaria interferindo na operação do canal, Mulino refutou as acusações, dizendo que não há soldados chineses no canal.
O aniversário de 25 anos da entrega do Canal do Panamá é um marco importante na história do país e na geopolítica global. O canal continua sendo um ativo estratégico vital para o comércio internacional e para a economia do Panamá. Embora haja desafios relacionados à distribuição dos benefícios econômicos, a soberania panamenha sobre o canal é uma questão sensível para o país, e qualquer tentativa de retroceder nesse processo enfrentará a resistência e condenação dos panamenhos. A tensão gerada pelas recentes declarações de Donald Trump apenas reafirma a importância do canal como um símbolo de independência e soberania para o povo do Panamá.