O general Igor Kirillov, chefe das Forças de Defesa Nuclear, Biológica e Química da Rússia, morreu nesta terça-feira (17) em Moscou após uma explosão. A explosão, que também matou seu assessor, ocorreu perto da entrada de um imóvel residencial na avenida Riazanski, em Moscou. De acordo com o Comitê de Investigação russo, o artefato explosivo foi ativado à distância, estando colocado em uma scooter estacionada. A bomba tinha aproximadamente 300g de TNT e danificou a entrada e janelas do prédio onde Kirillov estava. A agência russa Tass relatou que a explosão ocorreu quando o general deixava o edifício.
Fontes ucranianas confirmaram que o ataque foi realizado pelo Serviço de Segurança da Ucrânia (SBU). A fonte do SBU informou à Reuters que a eliminação do comandante das tropas de defesa radiológica e química da Rússia foi orquestrada por esta agência de inteligência. Além disso, fontes da BBC, nos serviços de segurança ucranianos, também confirmaram a autoria ucraniana. Este foi o primeiro ataque a uma autoridade russa desde o início da guerra em 2022.
Kirillov, que assumiu o cargo de chefe das forças de defesa nuclear da Rússia em abril de 2017, já havia sido acusado pelo SBU de usar armas químicas proibidas durante a invasão russa da Ucrânia em 2022. A imprensa ucraniana também associou o ataque à ação do governo ucraniano, embora o governo ucraniano não tenha se pronunciado oficialmente sobre o incidente.
Além disso, o SBU relatou mais de 4.800 casos de uso de armas químicas no campo de batalha desde o início do conflito, destacando o uso de granadas de combate K-1, que são armas químicas. Em maio de 2023, o Departamento de Estado dos Estados Unidos também informou sobre o uso de cloropicrina, um agente químico utilizado pela primeira vez na Primeira Guerra Mundial, contra as tropas ucranianas.
Por sua vez, o general Kirillov foi sancionado por diversos países, incluindo o Reino Unido e o Canadá, devido ao seu papel na invasão da Ucrânia. O ataque contra Kirillov levanta questões sobre as táticas de inteligência e as implicações políticas da guerra, refletindo a crescente tensão geopolítica entre Rússia e Ucrânia e a utilização de meios não convencionais, como os ataques direcionados a figuras de alto escalão.