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Brasil recupera tesouro de 380 kg que estava nos EUA

 Contrabando da Esmeralda Bahia: O Fim de uma Longa Disputa Judicial entre Brasil e Estados Unidos

O contrabando de uma esmeralda de quase 380 kg, descoberta em 2001 na cidade de Pindobaçu, na Bahia, gerou uma complexa disputa legal que envolveu o Brasil e os Estados Unidos por quase 20 anos. Em 21 de novembro de 2024, a Justiça norte-americana emitiu uma decisão favorável ao Brasil, determinando que a pedra preciosa, avaliada em R$ 2,3 bilhões, fosse devolvida ao país de origem. A decisão é um marco importante nesta disputa, que parecia longe de ser resolvida.



A esmeralda, chamada "Esmeralda Bahia", foi considerada um tesouro nacional desde sua descoberta, sendo um dos maiores achados de pedras preciosas no Brasil. Contudo, o que parecia ser um sucesso para o país, logo se transformou em um longo episódio de contrabando. Em 2005, a pedra foi ilegalmente enviada aos Estados Unidos com o uso de documentos falsificados, fato que só foi descoberto após anos de investigações.

Em 2017, dois empresários brasileiros, Elson Alves Ribeiro e Ruy Saraiva Filho, foram condenados por receptação, uso de documentos falsos e contrabando. A decisão judicial determinou que a pedra fosse devolvida ao Brasil, porém, isso não aconteceu, e o caso se arrastou por mais anos.

O Brasil, então, tomou medidas legais para assegurar a devolução da esmeralda. Em 2022, o Departamento de Justiça dos EUA aceitou a petição da Justiça brasileira e reconheceu a validade da decisão brasileira, emitindo um mandado de busca e apreensão. Desde então, a Advocacia-Geral da União (AGU) tem atuado junto às autoridades dos EUA para garantir que o processo de repatriação fosse efetivado, o que resultou em quase uma década de esforços diplomáticos e jurídicos.

A mais recente decisão, proferida em 21 de novembro de 2024, foi um passo importante na resolução do impasse. O juiz Reggie Walton, da Corte Distrital de Columbia, aceitou o argumento brasileiro de que a pedra foi extraída e comercializada ilicitamente, determinando a repatriação da Esmeralda Bahia. No entanto, ainda cabe a possibilidade de recursos por parte dos envolvidos, o que poderia atrasar a devolução da pedra.

A decisão também estipulou que o Departamento de Justiça dos EUA deve protocolar a decisão final de repatriação até o dia 6 de dezembro de 2024. Caso não haja recursos, a pedra será devolvida ao Brasil, mas, caso contrário, a repatriação poderá ser suspensa até que nova decisão seja tomada.

Enquanto isso, a Esmeralda Bahia continua sob custódia da Polícia de Los Angeles, na Califórnia, aguardando a finalização do processo judicial. O caso se destaca não apenas pela sua complexidade jurídica, mas também pela importância simbólica da esmeralda, que se tornou um ícone do patrimônio nacional brasileiro.

Em Pindobaçu, onde a esmeralda foi descoberta, outras grandes pedras preciosas também foram encontradas ao longo dos anos. Entre elas, destaca-se uma esmeralda de 137 kg encontrada em 2023 na Mina Carnaíba, que foi arrematada por R$ 175 milhões em um leilão da Receita Federal.

Esse episódio envolvendo a Esmeralda Bahia não apenas reforça o valor do patrimônio mineral brasileiro, mas também coloca em evidência a necessidade de proteger recursos naturais contra crimes de contrabando e comercialização ilegal. O Brasil continua trabalhando para resgatar e proteger suas riquezas, enquanto a disputa com os Estados Unidos marca uma importante vitória na preservação de seu patrimônio.

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