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Após ser boicotado por frigoríficos, Carrefour se retrata e 'pede desculpas' ao Brasil

 O Grupo Carrefour emitiu uma nota nesta terça-feira, 26 de novembro, reconhecendo a "grande qualidade" da carne do Brasil e fazendo uma retratação após uma declaração polêmica de seu CEO global, Alexandre Bompard, que havia anunciado a decisão de parar de comprar carne do Mercosul. Esse pronunciamento gerou grande repercussão, especialmente em relação ao impacto para o mercado brasileiro, e a empresa fez questão de esclarecer a situação.

O Ministério da Agricultura do Brasil informou que recebeu uma carta formal de Alexandre Bompard, na qual o executivo se desculpa pelo mal-entendido. Em sua carta, Bompard afirmou: "pedimos desculpas", fazendo uma retratação oficial sobre sua declaração anterior. A situação teve início no dia 20 de novembro, quando Bompard publicou uma carta em suas redes sociais direcionada a um sindicato agrícola francês, na qual assumiu o compromisso de interromper a venda de carne proveniente de países sul-americanos. Essa medida foi tomada no contexto de protestos de produtores rurais franceses, que se opõem ao acordo comercial entre a União Europeia e o Mercosul, temendo que o tratado favoreça a entrada de produtos sul-americanos a preços mais baixos no mercado europeu, o que reduziria a competitividade das mercadorias locais.

No entanto, a carta de Bompard publicada em novembro não esclareceu em detalhes quais países seriam afetados pela decisão nem especificou a quantidade de carne proveniente do Mercosul que o Carrefour França adquiriu anteriormente. Quando questionada pela g1, a companhia esclareceu que essa decisão se aplicava exclusivamente à França, onde quase 100% da carne comercializada nos mercados locais é fornecida por produtores europeus. Esse ponto foi essencial para entender que a medida não teria impacto direto sobre o Brasil ou outros países do Mercosul.

Na nota divulgada nesta terça-feira, 26, o Carrefour Global reafirmou que a política de não comprar carne do Mercosul será mantida somente na França. A empresa explicou que a decisão do Carrefour França não tem como objetivo alterar as regras de um mercado francês já amplamente estruturado com suas próprias cadeias de abastecimento local. Em vez disso, a intenção é garantir apoio aos agricultores franceses, que estão enfrentando uma crise econômica significativa, e assegurar a continuidade das compras de carne de produtores locais.

A nota do Carrefour sublinha que a prioridade da empresa é manter a relação com os produtores franceses e apoiar o mercado local durante esse período desafiador. No entanto, o Carrefour também reafirmou o compromisso com a qualidade da carne brasileira, deixando claro que a decisão do CEO não reflete uma mudança no relacionamento da empresa com os fornecedores do Mercosul.

Esse episódio gerou uma série de discussões, não apenas sobre as relações comerciais entre a França e os países do Mercosul, mas também sobre as estratégias do Carrefour em adaptar-se às demandas do mercado local francês sem comprometer suas parcerias internacionais. As desculpas do CEO e a retratação pública tentam resolver a tensão gerada e esclarecer que a política do Carrefour visa mais proteger os interesses dos agricultores franceses do que mudar sua estratégia global de compras.

Dessa forma, o Carrefour tenta minimizar os impactos de sua decisão inicial e reconduzir a situação para uma convivência pacífica com seus fornecedores, inclusive os do Brasil, mantendo o compromisso com a qualidade da carne brasileira enquanto respeita as necessidades do mercado francês.

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