Após dois meses de impasse, o presidente da França, Emmanuel Macron, nomeou como novo primeiro-ministro para o país um político da direita, apesar de a esquerda ter vencido as eleições legislativas.
Michel Barnier, que foi o negociador do Brexit na União Europeia, foi o nome escolhido por Macron. Com 73 anos, ele será o premiê mais velho da história da França, sucedendo Gabriel Attal, que foi o mais novo da história no mesmo cargo.
Na França, presidente e primeiro-ministro governam em conjunto. O país havia ido às urnas em junho para escolher um novo premiê em eleições antecipadas pelo próprio Macron (leia mais abaixo).
Na ocasião, um bloco formado por partidos da esquerda saiu vencedor, mas sem alcançar os votos necessários para formar maioria no Parlamento e nomear um primeiro-ministro. As negociações para a formação dessa maioria ficaram paralisadas por conta da realização das Olimpíadas em Paris.
Na retomada das conversas, em agosto, a esquerda sugeriu um nome para ocupar o cargo, mas Macron rejeitou a proposta e decidiu escolher um nome à revelia dos partidos — o que é permitido por lei na França.
Mas, apesar de estar amparada pela Legislação francesa, a decisão de Macron pode ter um alto custo político. Ao escolher um próprio primeiro-ministro, o presidente pode ser alvo de uma moção de censura no Parlamento. Caso seja reprovado, ele tem de deixar o governo.
Na semana passada, Macron foi chamado de "autocrata" pela esquerda francesa ao rejeitar o nome sugerido pelo bloco vencedor. O presidente argumentou que a sugestão do bloco esquerdista atendia apenas aos interesses deles próprios.
Agora, o novo premiê terá agora de formar um novo governo e reativar o Parlamento francês, que estava com as atividades suspensas.
Tags:
Mundo