Em meio a um recrudescimento da repressão, que não se limita a candidatos, lideranças e colaboradores da oposição, a Assembleia Nacional da Venezuela (o Parlamento do país), controlada pelo governista Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV) e aliados, suspendeu o recesso parlamentar para discutir a partir desta terça-feira um projeto de lei sobre regulação de redes sociais. A iniciativa acontece dias depois de o presidente Nicolás Maduro ter anunciado a suspensão do X, em princípio por dez dias, e ter pedido aos venezuelanos que desinstalem de seus celulares o aplicativo de mensagens WhatsApp.
A ofensiva do governo contra os principais ferramentais em mãos da oposição para fazer campanha e comunicar-se com seus seguidores foi considerada por jornalistas, dirigentes e colaboradores da oposição como uma “tentativa de transformar a Venezuela numa Coreia do Norte do Caribe”. O projeto, que integra um pacote de medidas, foi anunciado pelo presidente da AN, Jorge Rodríguez, que disse estar atendendo a uma demanda pessoal de Maduro para “acabar com a ditadura das redes sociais”.
Nesta nova fase de luta da oposição contra o governo, que tem como principal objetivo pressionar para que o Palácio Miraflores aceite uma negociação sobre o resultado da eleição, uma lei que limite o uso das redes sociais obrigará os opositores a buscarem alternativas. Uma das que já está sendo promovida por dirigentes fora do país como David Smolansky, coordenador adjunto da campanha de González em Washington, é o VPN TunnelBear, que tornou seu serviço gratuito para venezuelanos que estejam dentro de seu país.