Senador argentino defende venda de filhos por famílias pobres

Senador argentino defende venda de filhos por famílias pobres

Um senador argentino causou controvérsia ao sugerir que famílias em situação de extrema pobreza deveriam ter a possibilidade de vender seus filhos. A fala foi proferida por Juan Carlos Pagotto em sessão do parlamento na última sexta-feira (5), gerando um debate nacional e até mesmo uma condenação expressa por parte do presidente Javier Milei.

O que aconteceu?

O senador Juan Carlos Pagotto, do partido Liberdade Avança, o mesmo do presidente Javier Milei, de extrema-direita, defendeu em uma sessão do Senado do país que famílias em estado de necessidade possam vender crianças. Durante a leitura de alterações de sua autoria, ele propôs a venda de crianças pobres. Ao final de sua fala, Pagotto afirmou que ficaria isento de pena “o progenitor” que entregasse o filho "em estado de necessidade".

Discussão e reação

A discussão se refere à mudança do artigo 139 bis do Código Penal do país. A legislação prevê pena de prisão de quatro a dez anos para quem receber ou entregar um menor de idade mediante preço, promessa de retribuição ou qualquer tipo de contrapartida. Após a manobra de Pagotto, o texto voltou à comissão para ser novamente analisado. O texto original da comissão não inclui a isenção para pais que “vendiam” filhos por necessidade. Contudo, contemplava a isenção em casos de "situação de vulnerabilidade, ignorância ou faculdades mentais alteradas, exceto em casos com antecedentes".

A organização “Militamos la Adoção” criticou a manobra do senador, afirmando que “as crianças não são mercadorias, nem a apropriação pode ser equiparada à adoção. Não existe adoção ilegal, se não for legal é apropriação.” A entidade ressaltou a importância de permanecer vigilante contra qualquer tentativa de venda de crianças.


Em resumo, o caso gerou indignação e debates acalorados na Argentina, levantando questões sobre ética, proteção à infância e os limites da legislação penal. A sociedade e os legisladores continuam a acompanhar de perto o desenrolar dessa polêmica proposta.


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