Bangladesh revê sistema de cotas em empregos no governo após protestos que deixaram mais de 100 mortos

O que aconteceu? Mais de 100 pessoas perderam a vida durante uma onda de protestos que varreu Bangladesh. O motivo central dessas manifestações é o sistema de cotas para empregos no setor público. Antes de entrarmos em detalhes, vamos entender o contexto.

Em 2018, o governo de Bangladesh havia abolido o sistema de cotas para empregos públicos, mas no mês passado, um tribunal decidiu restabelecê-lo. Esse sistema reservava um terço das vagas para parentes de veteranos da guerra de independência do país contra o Paquistão em 1971. No entanto, os protestos começaram de forma pacífica nos campi universitários e rapidamente se transformaram em um movimento de descontentamento nacional. Na sexta-feira passada, manifestantes incendiaram uma prisão e invadiram a sede da emissora de TV estatal BTV.

O que mudou agora? A Suprema Corte de Bangladesh tomou uma decisão importante: anulou a maioria das cotas para empregos no governo. Agora, 93% dos empregos no setor público serão preenchidos com base no mérito, deixando 5% para os familiares dos veteranos da guerra de independência e reservando 2% para pessoas de minorias étnicas ou com deficiências. O governo ainda não respondeu oficialmente a essa decisão, mas as ruas da capital, Dhaka, estão desertas devido ao toque de recolher imposto pelo segundo dia consecutivo.

Por que isso é significativo? Esses protestos são descritos como os mais intensos na história recente de Bangladesh. Milhares de estudantes universitários têm se manifestado contra o sistema de cotas, argumentando que ele é discriminatório e pedindo um recrutamento baseado no mérito. Coordenadores dos protestos acusam a polícia e o partido governante de usar força brutal contra manifestantes pacíficos. Parece que pessoas de todas as classes sociais se uniram ao movimento de protesto, tornando-o um desafio significativo para o governo.


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