Diferentemente de 2 de abril de 1982, quando a ditadura argentina ordenou a invasão das Ilhas Malvinas, hoje há forte presença militar britânica no arquipélago. O número exato de militares na Base de Mount Pleasant, onde fica o aeroporto internacional, não é revelado oficialmente, mas moradores estimam que seja em torno de 3.500 a 5.000. É mais fácil ver militares do que civis pelas estradas e à noite eles marcam presença nos poucos pubs e restaurantes.
Para os ilhéus, a intenção do presidente argentino Javier Milei de “retomar” as Malvinas, ainda que por vias diplomáticas, não é motivo de grande preocupação. O primeiro-ministro britânico Rishi Sunak já deixou claro que isso está fora de questão. Em um plebiscito realizado em 2013, 99% da população votou por permanecer como território britânico ultramarino. Representantes do governo britânico afirmam que a Argentina não representa uma ameaça e que gostariam de melhorar as relações, caso os argentinos quisessem.
A deputada Leona Roberts destaca que, assim como os militares da ditadura argentina nos anos 80, Milei usa as ilhas como uma distração dos graves problemas econômicos da Argentina. Ela reforça que os ilhéus têm direito à autodeterminação e que as Malvinas jamais foram argentinas.
A disputa pelas Ilhas Malvinas é antiga e continua a ser um tema sensível entre a Argentina e o Reino Unido. Monumentos e memoriais mantêm viva a lembrança da guerra, que resultou em perdas de vidas tanto para os britânicos quanto para os argentinos. No entanto, a soberania britânica sobre o arquipélago permanece inegociável e firmemente estabelecida.