Em uma audiência por videochamada na Vara Especializadas em Organizações Criminosas do TJ-RJ, o ex-bombeiro Maxwell Corrêa, conhecido como Suel, um dos acusados no caso do assassinato da vereadora Marielle Franco e de seu motorista, Anderson Gomes, protagonizou uma situação insólita. Durante o diálogo com sua esposa, Aline Siqueira, que ocorreu na presença do juiz, promotores e advogados, Suel mencionou outro delegado, Daniel Rosa, “sem querer” .
A conversa começou com perguntas óbvias, como “você está bem?”. Aline informou a Suel sobre uma operação da Polícia Federal (PF) no domingo, e o acusado perguntou quem havia sido preso. A resposta de Aline incluiu os nomes de Domingos Brazão, Chiquinho e o delegado Rivaldo. Surpreendentemente, Suel questionou: “E o delegado Daniel Rosa?” Quando Aline negou, Suel continuou: “Então ele fugiu, né?” .
Daniel Rosa foi o responsável pela Delegacia de Homicídios da Polícia Civil do Rio de Janeiro de 2019 até 2020 e participou das investigações do crime contra Marielle. Curiosamente, o nome dele não consta no relatório da Polícia Federal, que culminou com as prisões dos suspeitos de serem mandantes do duplo assassinato. Não está claro se essa pergunta inadvertidamente incluiu mais uma autoridade na lista de suspeitos ou se foi uma tentativa deliberada de envolver o nome de Rosa na investigação, apesar de sua falta de conexão com o caso .
Essa situação inusitada destaca a complexidade e a sensibilidade do caso Marielle, que continua a intrigar e envolver diversas autoridades e investigadores.
Assim que o diálogo começou, após uma troca de perguntas óbvias, como “você está bem?”, Aline comunicou a Suel que “houve uma operação da PF no domingo”, ao que o acusado teria reagido perguntando quem tinha sido preso.
“O Brazão, o Chiquinho e o delegado Rivaldo”, teria respondido a esposa.
Com semblante de surpresa, Suel teria perguntado, então: “E o delegado Daniel Rosa?”
Diante da negativa da mulher na resposta, o ex-bombeiro questionou:
“Então ele fugiu, né?”